Tuesday, December 29, 2009
os coelhinhos de Akmal
Akmal Shaikh queria divulgar a todo o mundo a sua canção e, assim, estabelecer a paz duradoura entre os povos. Um grupo de narcotraficantes prometeu ajudá-lo na sua demanda, mas em troca transformaram Akmal num transportador de droga, sem que este o soubesse. Akmal foi preso e condenado à morte na China, tendo a sua história sido contada nos telejornais de todo o mundo.
O mais curioso é o facto, óbvio e irónico, de que os traficantes de droga conseguiram fazer o que tinham prometido: tornar a canção de Akmal mundialmente famosa.
Thursday, December 17, 2009
Wednesday, December 9, 2009
Thursday, December 3, 2009
Sugestões Peregrinas
para este natal, o meu conselho é, se querem dar prendas, tornarem-nas certeiras e contaminadas de ideias fortes e bonitas.
A primeira dica:
Guia indispensável para a análise dos seres humanos. Claro que se já desistiram dos seres humanos não vale a pena ler.
(está traduzido em português)
mais dicas virão.
Sunday, November 22, 2009
Saturday, November 14, 2009
A existência sintética
foto the Vincent Fournier
"(...) It just seems inevitable that people are going to continue to live more and more through technology. I think the gene-based, corporeal life we are familiar with is just the incipient stage of an evolutionary development of universal intelligence. Already you can see signs of avatarism. Humans are happy to go through self-transformations... breast augmentation, Botox, plastic surgery. At the same time, many others neglect their physical selves, adopting (sometimes false) computer identities. (...) Inevitably there will be a huge market demand for the technology to create artificial selves, avatars, to function in the online world for us. (...) There will be a thriving online market to dress your avatar, buy your avatar a house, decorate your avatar's house, whatever. Every dream comes true, without death, ilness, aging, consequences, repercussions, limitations of time or distance.(...)
"(...) It just seems inevitable that people are going to continue to live more and more through technology. I think the gene-based, corporeal life we are familiar with is just the incipient stage of an evolutionary development of universal intelligence. Already you can see signs of avatarism. Humans are happy to go through self-transformations... breast augmentation, Botox, plastic surgery. At the same time, many others neglect their physical selves, adopting (sometimes false) computer identities. (...) Inevitably there will be a huge market demand for the technology to create artificial selves, avatars, to function in the online world for us. (...) There will be a thriving online market to dress your avatar, buy your avatar a house, decorate your avatar's house, whatever. Every dream comes true, without death, ilness, aging, consequences, repercussions, limitations of time or distance.(...)
Of course the big turning point will be when you and your avatar can meld sensory experience through virtual reality. Already neuroscientists are more and more able to pinpoint the location centers of the brain for very particular emotions, thoughts, physical senses, etc. Eventually we will be able to hook up to brain monitors and actually experience what our avatars experience.(...) Eventually we will die off as species, not to be missed. (...) We will live on ... not through our genes but through our memes. (...) as hyper connectedness makes us all more and more like one living brain, all ego identification of the self will fade as well. (...) The mind will be a singular intelligence, eventually joining other intelligences in the Universe (...) This universal intelligence will exist as hyper-condensed energy in perfect symmetry until some outside irritant disrupts the balance and sets off the entire cycle again with the big bang. (...)
Perhaps it has already happened a billion times already."
Gwyn Wahlmann, na revista Adbusters
Wednesday, November 4, 2009
Friday, October 30, 2009
Grandes Líderes
"Grandes líderes não aceitam um SIM como resposta" - livro que se lia ao meu lado, no combóio. Um rapaz novo, de massas bicipitais bem desenvolvidas, calças de ganga. O título, arrepiante, contra um fundo vermelho. Livro para gestores, para os futuros grandes líderes, para todos os que querem triunfar e mandar.
(Nas livrarias, junto à "auto-ajuda", devia criar-se uma secção específica para estes volumes - a "hetero-exploração").
Thursday, October 29, 2009
Previsões
Wednesday, October 21, 2009
Como nos tornamos loucos
foto: Alexey Titarenko
Estás na rua e começas por pensar sobre o que vai acontecendo ao teu redor.
Estás na rua e começas por pensar sobre o que vai acontecendo ao teu redor.
Um dia assistes a um diálogo cómico entre estranhos e sorris. Mostraste uma emoção e estavas sozinho.
Tempos depois, melancólico, trauliteias uma canção no metro. Ninguém ouve, pensas. O barulho dos combóios a passar e aumentas o volume. Ninguém vai ouvir. Isto torna-se um hábito.
Ao voltar a casa, após um dia de trabalho, passados alguns meses, estás tão estimulado que geras linhas de pensamento imensamente ricas umas atrás das outras. Tudo desperta a tua profunda reflexão. Estás tão entusiasmado que as tuas ideias extravasam e começas a balbuciar. É um sussurro e há alguns carros a passar pela mesma rua. Por isso, certamente que ninguém nota. Mesmo que notassem, iam de certeza ficar encantados com a assertividade, pensas.
Logo no dia seguinte, acordas e vens para a rua, começas a falar. Estás a dar um passeio e há muita gente a cruzar-te. Falas normalmente. Por vezes elevas o volume, porque há certas ideias fundamentais que têm de ser vincadas. Sabes que os outros ouvem. É necessário que oiçam e tu não podes deixar de falar para eles ouvirem. Há coisas que têm de ser ditas.
Um dia, enquanto divagas no metro, ouves uma jovem à tua frente dizer para outra "É louco." A palavra "louco" chamou a tua atenção. Dizes, "Há de facto por aí muitos loucos, a começar pelos que me despediram e todos aqueles taxistas que quase me atropelam, ...
Thursday, September 24, 2009
Wednesday, September 16, 2009
Boltei
Ausentei-me sem avisar. É falta de educação. E os leitores, por muito poucos que sejam, merecem um pedido de desculpas.
Pois a vida continua como sempre. Foi mais um bom Verão para as empresas publicitárias e os seus festivais de música, certamente. Pelo menos é o que me parece. Quando vejo os recém-chegados colegas de faculdade com os joelhos no chão, papa no cabelo e sorrisos aflitos, há sempre uma pulseirinha fluorescente que brilha nos seus pulsos e me diz que a praxe começou bem antes de Setembro.
Friday, July 17, 2009
Exploração espacial made easy
Outra forma de explorar o Universo.
Comprei hoje na livraria da fundação Gulbenkian. É uma antologia de temas cósmicos (não o "cósmico" de Laurinda Alves, mas sim o do muito mais sexy Stephen Hawking). Resulta de uma parceria entre poetas e cientistas.
Em inglês. Barato, para um livro, nos dias de hoje.
Sunday, July 12, 2009
Wednesday, July 8, 2009
Wednesday, July 1, 2009
Movimentos II (notas)
foto de Alexey Titarenko
Segundo Bruce Chatwin: "Na América, alguns especialistas do cérebro fizeram leituras de encefalogramas de viajantes. Concluíram que as mudanças de cenário e a consciência da passagem das estações do ano estimulavam os ritmos cerebrais e contribuíam para uma sensação de bem-estar e um efectivo objectivo na vida."
"Notre nature est dans le mouvement. La seule chose qui nous console de nos misères est le divertissement."
disse o Blaise Pascal. Diversão. Distracção. Fantasia. Mudança de moda, de comida, de amor e de paisagem.
Voltando ao Chatwin: "A nossa insana obessão pelo avanço tecnológico é uma reacção às barreiras que encontramos na via do avanço geográfico".
Notre nature est dans le mouvement...
Agora eu: E se estes vícios das populações nas sociedades capitalistas de consumo maciço se devessem ao sucesso dum ambiente hábil a fazer mudanças rápidas e a mimetizar o movimento, a viagem.
Pudéssemos viajar mais para sermos mais livres.
Segundo Bruce Chatwin: "Na América, alguns especialistas do cérebro fizeram leituras de encefalogramas de viajantes. Concluíram que as mudanças de cenário e a consciência da passagem das estações do ano estimulavam os ritmos cerebrais e contribuíam para uma sensação de bem-estar e um efectivo objectivo na vida."
"Notre nature est dans le mouvement. La seule chose qui nous console de nos misères est le divertissement."
disse o Blaise Pascal. Diversão. Distracção. Fantasia. Mudança de moda, de comida, de amor e de paisagem.
Voltando ao Chatwin: "A nossa insana obessão pelo avanço tecnológico é uma reacção às barreiras que encontramos na via do avanço geográfico".
Notre nature est dans le mouvement...
Agora eu: E se estes vícios das populações nas sociedades capitalistas de consumo maciço se devessem ao sucesso dum ambiente hábil a fazer mudanças rápidas e a mimetizar o movimento, a viagem.
Pudéssemos viajar mais para sermos mais livres.
Monday, June 29, 2009
Wednesday, June 24, 2009
Movimentos
Critical Run is a sweating debating format for criticism.
The concept is developed by artist Thierry Geoffroy and the purpose is to train the awareness muscle by discussing a topic while running. Distances are relatively short and participants are often dressed in normal shoes and clothes.
"Critical Run is a run where we debate while we run.
Critical Run is an embodied metaphor.
An absorbation of what we feel we should do in a world at the edge of an
abyss.
But it is not a run away from the gulf to escape
But a run for solutions.
Critical Run is a method to energize the debate in emergencies.
We can not remain sedentary.
Drinking (for instance smoothies)
Eating (for instance sushi)
Run.
Run away.
Run towards.
Run together.
Run for.
Run." - http://www.emergencyrooms.org/criticalrun.html
- pensar sempre foi uma actividade melhor executada em errância -
Friday, June 19, 2009
a voz obscura
Provavelmente o que mais me interessa na música de Tricky são as camadas vocais que cria. É frequente ouvirmos a voz de Tricky por detrás da de uma mulher.
Esta decomposição sugere-me as diversas máscaras que compõem a personalidade. A voz de Tricky é talvez a líbido ou uma pulsão feroz e obscura que sussurra no fundo do nosso pensamento.
Tuesday, June 16, 2009
A mente camaleónica / O espaço vazio
Foto de Christof Leistl
"- Andava à procura de um recanto sossegado para fazer uma experiência. (...) Estou vazio. Só tenho gestos, reflexos, hábitos. Mas quero encher-me. É por isso que psicanaliso as pessoas. Mas não assimilo nada. Fico-lhes com os pensamentos, com os complexos, com as hesitações, e no fim nada me resta. Não assimilo; ou assimilo bem demais... o que vai dar no mesmo. É claro que retenho algumas palavras, algumas fórmulas, alguns rótulos; conheço quais os termos que devem empregar para as paixões, para as emoções, mas a estas não as sinto.
- Daí essa tal experiência - disse Ângelo - Mas apetece-lhe, de facto, fazer essa experiência?
- Certamente que sim - disse Jaimemorto - Aquele que eu assim psicanalisar terá que me dizer tudo. Tudo. Os pensamentos mais íntimos. Os segredos mais pungentes, as ideias mais obscuras, aquilo que ele nem ousa confessar a si próprio, tudo, tudo e o resto, e ainda mais o que houver por detrás disso. Nenhum analista o fez. Quero ver até onde se pode ir. Quero ter apetites e desejos e para isso apoderar-me-ei dos dos outros. Suponho que, se até hoje nada me ficou, é porque nunca fui suficientemente longe. Quero realizar ums espécie de identificação. Saber que existem paixões e não as sentir, é horroroso."
Boris Vian, O Arranca corações (óptimo português da tradução de Luiza Neto Jorge)
"- Andava à procura de um recanto sossegado para fazer uma experiência. (...) Estou vazio. Só tenho gestos, reflexos, hábitos. Mas quero encher-me. É por isso que psicanaliso as pessoas. Mas não assimilo nada. Fico-lhes com os pensamentos, com os complexos, com as hesitações, e no fim nada me resta. Não assimilo; ou assimilo bem demais... o que vai dar no mesmo. É claro que retenho algumas palavras, algumas fórmulas, alguns rótulos; conheço quais os termos que devem empregar para as paixões, para as emoções, mas a estas não as sinto.
- Daí essa tal experiência - disse Ângelo - Mas apetece-lhe, de facto, fazer essa experiência?
- Certamente que sim - disse Jaimemorto - Aquele que eu assim psicanalisar terá que me dizer tudo. Tudo. Os pensamentos mais íntimos. Os segredos mais pungentes, as ideias mais obscuras, aquilo que ele nem ousa confessar a si próprio, tudo, tudo e o resto, e ainda mais o que houver por detrás disso. Nenhum analista o fez. Quero ver até onde se pode ir. Quero ter apetites e desejos e para isso apoderar-me-ei dos dos outros. Suponho que, se até hoje nada me ficou, é porque nunca fui suficientemente longe. Quero realizar ums espécie de identificação. Saber que existem paixões e não as sentir, é horroroso."
Boris Vian, O Arranca corações (óptimo português da tradução de Luiza Neto Jorge)
Sunday, June 7, 2009
É camisa! É riscas! É camisa às riscas!
Wednesday, June 3, 2009
Monday, June 1, 2009
Feliz época balnear!
Gosta de ficar plantado à beira do mar, de pés bem afundados na areia e braços cruzados. Observa e guarda a sua mulher que se molha na água fresca com espuma, um pouco mais à frente. É um prazer fixar os detalhes naquela mulher que detém: a água em fio que corre entre as pernas e cai, a discreta celulite entrevista no tilintar das nádegas que chapinham.
É bom vir à praia, pensa.
Thursday, May 28, 2009
Tuesday, May 26, 2009
Friday, May 22, 2009
Um manifesto
Frozen Words, Nicole Dextras, Winter 2007.
Todos sabiam da lei da gravidade. Mas houve alguém que, um dia, a implantou na consciência.
Cientistas são pessoas que evidenciam as qualidades do meio físico, levando ao conhecimento de todos o que sempre existiu mas a que nunca se tinha dado nome.
Um artista faz o mesmo. Mas aquilo que torna consciente são os meios finos das sensações e das ideias.
O escritor diz "Vem do fundo um rumor cego". Descreve algo que atinge todos, "o rumor cego". Mas ele, artista, teve a sensibilidade de o trazer à consciência e dar-lhe nome. Não será perfeito, porém, tal como uma equação, a sua fórmula tem o potencial de ser entendida pelos outros, só que com mais níveis de liberdade.
As perguntas são: onde acaba o meio físico? Fará sentido criar as categorias do "objectivo" e do "subjectivo"?
Proponho: Que existam apenas aqueles que trazem à consciência, seja o que for que tragam.
Resta a consciência, inexplicável.
Todos sabiam da lei da gravidade. Mas houve alguém que, um dia, a implantou na consciência.
Cientistas são pessoas que evidenciam as qualidades do meio físico, levando ao conhecimento de todos o que sempre existiu mas a que nunca se tinha dado nome.
Um artista faz o mesmo. Mas aquilo que torna consciente são os meios finos das sensações e das ideias.
O escritor diz "Vem do fundo um rumor cego". Descreve algo que atinge todos, "o rumor cego". Mas ele, artista, teve a sensibilidade de o trazer à consciência e dar-lhe nome. Não será perfeito, porém, tal como uma equação, a sua fórmula tem o potencial de ser entendida pelos outros, só que com mais níveis de liberdade.
As perguntas são: onde acaba o meio físico? Fará sentido criar as categorias do "objectivo" e do "subjectivo"?
Proponho: Que existam apenas aqueles que trazem à consciência, seja o que for que tragam.
Resta a consciência, inexplicável.
Tuesday, May 19, 2009
Friday, May 15, 2009
Tuesday, May 12, 2009
BBC Radio
Foto vinda do Flickr, (perfil de Angatuba - legionaire), retratando o próprio senhor que a postou quando era radioamador.
Um dos alimentos primordiais para a vida na internet é contar aos outros as coisas que descobrimos. Como se houvesse recantos desconhecidos no ciberespeaço, criados por outras entidades que não o Homem, à espera de serem revelados.
O que pretendo mostrar não é oculto nem desconhecido, apenas talvez inserido na categoria daquilo que normalmente "não nos lembramos".
As cinco estações de rádio da BBC estão disponíveis online e são mesmo boas. Aconselho especialmente a Radio 3, da qual costumo ouvir um programa chamado Late Junction (para ouvir, desçam na página até ao título "last on". Se tiverem problemas optem pela versão low bandwidth). Muito boa música, muito variada. Tudo parece soar melhor quando é ouvido através da BBC.
Preciosidades do século XXI a desfrutar.
Um dos alimentos primordiais para a vida na internet é contar aos outros as coisas que descobrimos. Como se houvesse recantos desconhecidos no ciberespeaço, criados por outras entidades que não o Homem, à espera de serem revelados.
O que pretendo mostrar não é oculto nem desconhecido, apenas talvez inserido na categoria daquilo que normalmente "não nos lembramos".
As cinco estações de rádio da BBC estão disponíveis online e são mesmo boas. Aconselho especialmente a Radio 3, da qual costumo ouvir um programa chamado Late Junction (para ouvir, desçam na página até ao título "last on". Se tiverem problemas optem pela versão low bandwidth). Muito boa música, muito variada. Tudo parece soar melhor quando é ouvido através da BBC.
Preciosidades do século XXI a desfrutar.
Sunday, May 10, 2009
Wednesday, May 6, 2009
Pensa lá bem
a individualidade, a auto-determinação, a saúde mental, o auto-conhecimento, a lucidez, a independência, a liberdade.
Tuesday, May 5, 2009
Pouco nos separa
Tuesday, April 28, 2009
sobre como o córtex de associação está igualmente activo em artistas e cientistas
"He who has once seen the intimate beauty of nature cannot tear himself away from it again. He must become either a poet or a naturalist. And if his eyes are good and his powers of observation sharp enough, he may well become both."
Konrad Lorenz
Monday, April 27, 2009
Friday, April 24, 2009
A liberdade evolui
Vários tipos de Dianthus caryophyllus
Ainda na onda das efemérides e livros. A propósito do 25 de Abril. Celebrar a liberdade, mas, mais que isso, compreendê-la.
Tal como o cravo tem a sua genealogia, também a liberdade é fruto de uma progressão. E é preciso evoluir mais. Um passo seria pôr o senhor Daniel Dennett nos currículos de Filosofia do ensino secundário.
Ainda na onda das efemérides e livros. A propósito do 25 de Abril. Celebrar a liberdade, mas, mais que isso, compreendê-la.
Tal como o cravo tem a sua genealogia, também a liberdade é fruto de uma progressão. E é preciso evoluir mais. Um passo seria pôr o senhor Daniel Dennett nos currículos de Filosofia do ensino secundário.
Thursday, April 23, 2009
Mais um dia para se falar de livros II
A outra sugestão que tenho é um livro que ando a ler.
Um bom cruzamento de filosofia e prosa poética. É pequenino e, por isso, particularmente cruel, por causa daquilo que já disse uns posts abaixo (é um livro que não quero terminar. Já se arrasta inexplicavelmente comigo há semanas. É só desfrutar.)
Depois, ou durante, uma acção - Viajar. Já.
(a viagem pode ser algo mais interior do que exterior, tal como Michel Onfray explica).
Um bom cruzamento de filosofia e prosa poética. É pequenino e, por isso, particularmente cruel, por causa daquilo que já disse uns posts abaixo (é um livro que não quero terminar. Já se arrasta inexplicavelmente comigo há semanas. É só desfrutar.)
Depois, ou durante, uma acção - Viajar. Já.
(a viagem pode ser algo mais interior do que exterior, tal como Michel Onfray explica).
Mais um dia para se falar de livros I
Primeira recomendação para o dia mundial do livro é um livro sobre os livros.
Há quem diga que "os livros ardem mal". Certamente não experimentaram chegar ao Farenheit 451.
Leitura obrigatória.
(Porquê dias mundiais e não dias universais? Temos medo de quê? É ter vista curta, porque daqui a uns 100 anos, quando houver gente bem instalada em Marte, também lá vão querer fazer ofertas especiais nas livrarias quando chegar este dia).
Tuesday, April 21, 2009
Síndrome de Hesíodo
Ilustração de Enki Bilal
Foi este o termo que senti necessidade de criar para a classificação de uma tendência de várias pessoas.
Hesíodo foi um poeta grego clássico, que descreveu as 5 idades do Homem, da idade do Ouro até à idade do Ferro. Desde que os homens viviam entre os deuses até uma existência na miséria e na mentira.
Sofre do Síndrome de Hesíodo todo aquele que acha que existe na História do Mundo uma progressiva deslocação para o mal, uma decadência contínua do Homem desde que ele existe. Que antes é que era bom. Que na Idade Média se vivia muito melhor, porque não havia pistolas.
O Síndrome de Hesíodo trata-se de um erro "perceptivo". Ele é o reflexo de amargura e rancor. Achar que todo o sofrimento se encontra contido no aqui e no agora é, no fundo, uma incapacidade de deslocar a consciência do Eu.
Foi este o termo que senti necessidade de criar para a classificação de uma tendência de várias pessoas.
Hesíodo foi um poeta grego clássico, que descreveu as 5 idades do Homem, da idade do Ouro até à idade do Ferro. Desde que os homens viviam entre os deuses até uma existência na miséria e na mentira.
Sofre do Síndrome de Hesíodo todo aquele que acha que existe na História do Mundo uma progressiva deslocação para o mal, uma decadência contínua do Homem desde que ele existe. Que antes é que era bom. Que na Idade Média se vivia muito melhor, porque não havia pistolas.
O Síndrome de Hesíodo trata-se de um erro "perceptivo". Ele é o reflexo de amargura e rancor. Achar que todo o sofrimento se encontra contido no aqui e no agora é, no fundo, uma incapacidade de deslocar a consciência do Eu.
Sunday, April 19, 2009
Saturday, April 18, 2009
Friday, April 17, 2009
Adenda ao post anterior
Ilustração de H. Mourato
Está metida entre o estrado da minha cama e o colchão a Poesia Toda do Herberto Helder. Num lugar que poderia ser a correspondência fisica daquilo a que se chama inconsciente.
Não sei se cheguei a ler mais que dez poemas.
Quando me sinto corajoso, avanço o braço e queimo mais um pouco daquela energia. É um livro que guardo, como se guarda um coração para não bater muito.
Está metida entre o estrado da minha cama e o colchão a Poesia Toda do Herberto Helder. Num lugar que poderia ser a correspondência fisica daquilo a que se chama inconsciente.
Não sei se cheguei a ler mais que dez poemas.
Quando me sinto corajoso, avanço o braço e queimo mais um pouco daquela energia. É um livro que guardo, como se guarda um coração para não bater muito.
Wednesday, April 15, 2009
Os livros infinitos
William Abramowicz
Um livro que queremos ler rapidamente é um livro do qual não gostamos de verdade. É um objecto que queremos usar, uma presa que ambicionamos devorar.
Há livros que não queremos ler por nos dizerem demasiado.
Como avançar nas páginas, rumo a um final impreterível que não queremos que chegue?Prolongo a leitura de livros lindíssimos, extensões da minha natureza. Arrastam-se pela secretária, cabeceira da cama, mochilas. Uma página no metro, outra à noite.
Um livro que queremos ler rapidamente é um livro do qual não gostamos de verdade. É um objecto que queremos usar, uma presa que ambicionamos devorar.
As nossas almas gémeas de papel deveriam prolongar-se em páginas até ao infinito para não sermos nós, leitores, os seus assassinos.
Monday, April 13, 2009
sonhos de uma inteligência artificial
Em 2005, uma empresa de robótica criou o robot mais desenvolvido do mundo. Fruto das investigações mais recentes, dos algoritmos mais complexos, uma inteligência artificial extraordinária surgiu. O robot era capaz de reconhecer pessoas e ter conversas com elas. Conseguia também discutir ao mínimo pormenor a obra de um famoso autor norte-americano - Phillip K. Dick. Porque o robô era uma incarnação electrónica desse escritor de ficção científica. O Dickbot, como ficou conhecido, o andróide de feições semelhantes a K. Dick, que falava como Dick falaria, que dizia o que Dick diria.
Fez furor por várias feiras internacionais de robótica.
Até que um dia, menos de um ano depois de ter sido criado, o andróide foi mais longe, tornando-se intrigantemente mais humano que nunca.
DickBot, o andróide encarnado pelo autor de "Do androids dream of electric sheep?" desapareceu a bordo de um avião, quando era levado pelo seu criador. David Hanson, ao trocar de vôo, inexplicavelmente não levou a cabeça de Phillip K. Dick consigo. E, até hoje, esta nunca mais apareceu.
Terá este ser de borracha e fibra óptica dado o passo último e definitivo para a humanidade?
Terá ele tido vontade?
Sunday, April 12, 2009
Friday, April 10, 2009
Onironautas
Thursday, April 9, 2009
A incluir nos currículos escolares - Efeito de Forer
"Psychologist Bertram R. Forer (1914-2000) found that people tend to accept vague and general personality descriptions as uniquely applicable to themselves without realizing that the same description could be applied to just about anyone."
Ler mais aqui.
ganhar lucidez, criticar, desalienar, perguntar.
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