Wednesday, March 11, 2009

Guantanamera

Banksy

Uma equipa de futebol portuguesa levou uma tareia recentemente num jogo da Liga dos Campeões. À chegada, adeptos descontentes decidiram ir para o estádio transmitir a sua frustração à equipa que apoiam.
Cantaram a seguinte música:
"Uma vergonha, vocês são uma vergonha. Uma vergonha, vocês são uma vergonha." usando a música do clássico cubano "Guantanamera".
Não quero falar da afinação com que o fizeram. O uso da base musical afro-cubana é que tem interesse. Para já, como surge essa decisão de "vamos cantar aquela da «Vergonha» com a música do Guantanamera". Quem é essa cabeça? Depois, o que é transmitido por esta música. Pode ser visto como ridículo ou como brilhante, dependendo de lhe atribuirmos um registo irónico ou não. A ironia vem, claro, do choque tragédia-no-clube/tom-festivo-da-peça.
Aprofundando a excepcionalidade, podemos estar perante uma referência subtil a Guantanamo e à prisão norte-americana no local com a respectiva ideia de tortura que lhe vem associada, tortura essa que os adeptos gostariam de inflingir aos jogadores (através, talvez, do seu talento para cantar).

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