Frozen Words, Nicole Dextras, Winter 2007.
Todos sabiam da lei da gravidade. Mas houve alguém que, um dia, a implantou na consciência.
Cientistas são pessoas que evidenciam as qualidades do meio físico, levando ao conhecimento de todos o que sempre existiu mas a que nunca se tinha dado nome.
Um artista faz o mesmo. Mas aquilo que torna consciente são os meios finos das sensações e das ideias.
O escritor diz "Vem do fundo um rumor cego". Descreve algo que atinge todos, "o rumor cego". Mas ele, artista, teve a sensibilidade de o trazer à consciência e dar-lhe nome. Não será perfeito, porém, tal como uma equação, a sua fórmula tem o potencial de ser entendida pelos outros, só que com mais níveis de liberdade.
As perguntas são: onde acaba o meio físico? Fará sentido criar as categorias do "objectivo" e do "subjectivo"?
Proponho: Que existam apenas aqueles que trazem à consciência, seja o que for que tragam.
Resta a consciência, inexplicável.
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Isso lembra-me aquela entrevista do desastre-que-é-o Alvim ao António Lobo Antunes, começada com a perguntinha lamentável "não tem medo de perder as ideias para escrever?", a que se seguiu a majestática resposta "não, porque eu escrevo com palavras e não com ideias". O que de certa forma também é uma maneira de trazer à consciência o imperceptível, o submerso, o adormecido.
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